Ouguela (Alentejo, Portugal) em baixo; Alburquerque (Badajoz, Espanha) ao fundo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Máscaras Rainhas do Carnaval de Lazarim



Lazarim, um Carnaval de caretos, demónios e senhorinhas

(...) Os mascarados esboçam poses aparatosas, podem ensaiar uns passos de dança, por vezes também saltam e correm. Pelo meio, grunhem e urram, quando não se exprimem só por gestos. É mais brincadeira que teatro - tudo improvisado e bastante inofensivo, a milhas certamente do cunho ameaçador/terrorista que estes festejos terão assumido noutras eras.

O Carnaval de Lazarim é, assim, ou no que aos caretos diz respeito, um espectáculo improvisado, onde as verdadeiras estrelas são as próprias máscaras, despidas de pintura, justamente para salientar a arte de quem as esculpiu. Ou talvez a chave resida no confronto do semblante empedernido das mascarronhas com os sonhos e pesadelos que deixam estampados nos rostos de uma assistência em boa parte jovem, culta e urbana - esse híbrido que poderemos classificar de Carnaval indie-rústico.

Artesanato de autor

As máscaras de Lazarim são uma arte de raiz tradicional, que hoje se pratica em versão livre, nada purista. Parece que existem desde sempre, quando na verdade o seu fabrico em madeira só se generalizou depois do 25 de Abril - antes eram mais comuns as máscaras em renda, ainda correntes entre a miudagem. E se antigamente o desenho das caretas respondia a um molde colectivo e anónimo, depois do 25 de Abril foram surgindo artesãos com um estilo singularizado, imediatamente reconhecível.

(...)

Excerto de artigo publicado em fugas/viagens (jornal Público), onde podem ver várias fotografias de caretos como estes.













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